egito farao

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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Descobertas Assombrosas nas Ruínas das Cidades Perdidas: O Livro da Esperança

Jerusalém é uma das cidades mais fascinantes no mundo. É o centro de três grandes religiões mundiais – judaísmo, islamismo e cristianismo.
jerusalem-1O Muro Ocidental é o relicário mais sagrado no mundo judaico. É a porção do muro que Herodes construiu ao redor do segundo templo, em 20 a.C. A mesquita Domo da Rocha foi construída
no Monte Moriá, onde anteriormente estava o complexo do templo judaico. Foi construída no final do século VII.
Foram necessários todos os impostos do califa da província do Egito, por sete anos, para financiar essa magnífica construção. Jerusalém foi também o centro das atividades de Jesus. Foi nessa cidade que Ele ensinou, operou milagres, foi tentado e crucificado. Aqui Ele ressuscitou mortos.
Jerusalém, a cidade da paz, tornou-se cidade de conflitos. Ao longo dos milênios, foi atacada pelos babilônios, pelos assírios, pelos egípcios, pelos romanos, pelos turcos e por uma multidão de outros. Muitas pessoas acreditam que o maior e último conflito da terra – o Armagedon – irromperá em Jerusalém. Elas estão convencidas de que o conflito entre árabes e israelitas explodirá em uma III Guerra Mundial.
O que o futuro nos reserva? Onde podemos encontrar respostas confiáveis? Como podemos enfrentar o futuro com mais confiança?
As profecias bíblicas cumpridas confirmam a veracidade da Palavra de Deus e nos dão confiança de que o futuro está em Suas mãos.
Em Isaías 46:9, 10 Deus declara-Se ser o Único que pode predizer o fim desde o começo e revelar desde os tempos antigos aquilo que ainda não aconteceu.
Uma das características ímpares de Deus é Sua capacidade de predizer o futuro.
Estas são algumas das predições surpreendentes, que juntamente com algumas descobertas arqueológicas, confirmam a fidedignidade da Palavra de Deus.

Predições/Descobertas/ Fatos Referentes ao Egito

Com suas fascinantes pirâmides, tesouros fantásticos, monumentos admiráveis, templos
antigos e cidades suntuosas, o Egito foi um dos impérios mais surpreendentes de toda a história mundial. Por exemplo, a Grande Pirâmide de Quéops, em Gizé, tem 146,60 m de altura e ocupa
uma área de 13 acres. As Pirâmides de Gizé requereram mais de 2.5 milhões de blocos de pedra. Por 500 anos, a magnificente cidade de Mênfis foi a capital do Egito. Hoje, Mênfis não mais o é. Ela foi destruída. Os templos do Egito foram saqueados e a riqueza do império desapareceu.
A Pedra de Roseta, descoberta pelos exércitos de Napoleão, em 1799, ajudou a desvendar os segredos dos hieróglifos e revelou as grandes batalhas entre Ramsés II, rei do Egito e Hatusilli, rei dos Hititas, exatamente como descrito na Bíblia.

Predições Descobertas/ Fatos Referentes a Tiro

Tiro era uma cidade litorânea, no sul do Líbano. Ela cresceu em importância até ser a “Soberana dos Mares” e um centro comercial do mundo. Era uma cidade próspera que se estendia por 32 quilômetros ao longo da costa. Os navios de todo o Mediterrâneo ancoravam em seu porto e os mercadores faziam seus negócios em suas ruas. As predições de Ezequiel foram cumpridas com exatidão (ver Ezequiel 26:4, 5; 28:19 e 26:12-14).
1 Nabucodonosor atacou a cidade.
2 Outras nações vieram contra ela.
3 Tiro se tornou descalvada como o topo de uma rocha.
4 Os pescadores estendiam suas redes sobre a cidade.
5 As ruínas da antiga Tiro foram lançadas na água e a cidade nunca mais foi reconstruída.

Predições/Descobertas/ Fatos Referentes a Jerusalém

Os profetas de Israel, Isaías e Jeremias, predisseram o ataque de Nabucodonosor (o rei de Babilônia) sobre Jerusalém (Jeremias 27:6 e 32:29).
As Cartas de Lachish, descobertas de 1932 –1938, aproximadamente 38 quilômetros ao norte de Berseba, descrevem o ataque de Nabucodonosor sobre Jerusalém, em 587 a.C.
O Monolito de Davi, desenterrado em Tel Dan, em 1993, no norte de Israel, confirma 1 Samuel 16:26 de que Davi foi de fato rei de Israel.
Os Pergaminhos do Mar Morto, descobertos por um pastor árabe, Mohammed El Dahib, em 1948, comprovaram-se ser os achados mais significativos de todos os tempos. Esses pergaminhos
contêm cada livro do Velho Testamento, na íntegra ou parte deles. Eles remontam de 125 – 150 antes de Cristo e poderiam ser facilmente datados do mesmo período dos manuscritos do Velho Testamento citados por Jesus. Eles são notavelmente acurados em sua transmissão. Não há grandes variações entre os manuscritos dos Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.
Ao longo dos séculos, as profecias bíblicas e as  descobertas arqueológicas da escritura provam a confiabilidade e a acuidade da Palavra de Deus.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.  2 Timóteo 3:16, 17
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Cidade egípcia engolida pelo mar é redescoberta depois de 1.200 anos: fotos
Modelo computacional de como teria sido a cidade no seu tempo
Modelo computacional de como teria sido a cidade no seu tempo
Arqueólogos redescobriram uma cidade egípcia envolta em mitos, engolida pelo Mar Mediterrâneo e enterrada na areia e na lama por mais de 1.200 anos.
Conhecida como Heracleion para os antigos gregos e Thonis para os antigos egípcios, a cidade foi encontrada em 2000 pelo arqueólogo subaquático francês Franck Goddio e sua equipe do Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática, depois de um levantamento geofísico de quatro anos.
As ruínas da cidade perdida estavam 9,4 metros abaixo da superfície do Mar Mediterrâneo, em Aboukir Bay, perto de Alexandria. Vários artefatos surpreendentemente bem preservados foram recuperados, e contam um pouco da história do povo que lá viveu.
Esta estela foi ordenada pelo faraó Nectanebo I, que viveu entre 378 e 362 aC. É quase idêntica à estela de Náucratis, que fica no Museu Egípcio do Cairo
Esta estela foi ordenada pelo faraó Nectanebo I, que viveu entre 378 e 362 aC. É quase idêntica à estela de Náucratis, que fica no Museu Egípcio do Cairo
A deusa Ísis era adorada como mãe e esposa, bem como patrona da natureza e da magia
A deusa Ísis era adorada como mãe e esposa, bem como patrona da natureza e da magia

Porto da era clássica

Durante a escavação de 13 anos de Thonis-Heracleion, emocionantes descobertas arqueológicas ajudaram a descrever uma cidade antiga que não era apenas um centro comercial internacional vital, mas, possivelmente, um importante centro religioso.
A pesquisa sugere que Thonis-Heracleion serviu como uma porta de entrada obrigatória para o comércio entre o Mediterrâneo e o Nilo.
Até o momento, 64 naufrágios e mais de 700 âncoras foram descobertos a partir da lama da baía. Outros achados incluem moedas de ouro, pesos de Atenas (que nunca foram encontrados em um site egípcio) e tábuas gigantes inscritas em egípcio e grego antigos. Os pesquisadores pensam que esses artefatos apontam a proeminência da cidade como um centro de comércio movimentado.
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Também foi analisada uma variedade de artefatos religiosos na cidade submersa, incluindo esculturas de pedra de cerca de 5 metros de altura, que provavelmente adornaram o templo central da cidade, e sarcófagos de pedra calcária que se acredita terem contido animais mumificados.
Uma das descobertas mais importantes na área do templo foi esta capela monolítica, pois serviu como uma chave para identificar o resto da cidade
Uma das descobertas mais importantes na área do templo foi esta capela monolítica, pois serviu como uma chave para identificar o resto da cidade
Os pesquisadores descobriram uma estátua de 5,4 m que representa o deus Hapi, que era o deus das inundações do Nilo e um símbolo da fertilidade e da abundância. A estátua decorava o templo de Heracleion
Os pesquisadores descobriram uma estátua de 5,4 m que representa o deus Hapi, que era o deus das inundações do Nilo e um símbolo da fertilidade e da abundância. A estátua decorava o templo de Heracleion
Especialistas se maravilharam com a diversidade de objetos localizados e com o quão bem eles estavam preservados. “A evidência arqueológica é simplesmente impressionante”, disse Sir Barry Cunliffe, arqueólogo da Universidade de Oxford (Reino Unido).
Apesar de toda a excitação sobre a escavação, um mistério sobre Thonis-Heracleion permanece em grande parte sem solução: por que exatamente a cidade afundou?
A equipe de Goddio sugere que o peso de grandes construções em uma região de barro e solo de areia pode ter feito a cidade afundar após um terremoto. Segundo Goddio, pode levar mais 200 anos antes de os cientistas descobrirem todos os segredos da cidade perdida.[HuffingtonPost, SFR, IBT]
Mergulhadores inspecionaram uma estátua de um faraó de 5 metros de altura. Feita de granito vermelho, foi encontrada perto do templo em Thonis-Heracleion
Mergulhadores inspecionaram uma estátua de um faraó de 5 metros de altura. Feita de granito vermelho, foi encontrada perto do templo em Thonis-Heracleion
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Tumbas misteriosas são descobertas no Egito
 
A estátua de Osíris na tumba de Tebas, atual Luxor
A estátua de Osíris na tumba de Tebas, atual Luxor
Trabalhando na necrópole de Tebas, um vasto conglomerado de túmulos antigos e templos mortuários na antiga cidade de Tebas, atual Luxor, no Egito, arqueólogos descobriram uma tumba antiga, na margem oeste do Nilo, feita à semelhança do túmulo mítico de Osíris.
Além disso, o túmulo de uma rainha egípcia previamente desconhecida foi encontrado em uma pirâmide na necrópole do Cairo

Rainha quem?

Túmulo encontrado da até então desconhecida Rainha Khentakawess III
Túmulo encontrado da até então desconhecida Rainha Khentakawess III
Uma equipe de arqueólogos do Instituto Tcheco de Egiptologia descobriu o túmulo de uma rainha egípcia previamente desconhecida, que eles agora acreditam ser a esposa do faraó Neferefre, que governou há 4.500 anos.
O túmulo foi descoberto em Abu Sir, que é uma vasta necrópole construída nas proximidades da capital egípcia do Cairo. Lá, há várias pirâmides dedicadas a faraós da Quinta Dinastia do Império Antigo (2494 a 2345 aC), incluindo Neferefre.
O ministro das antiguidades egípcias, Mamdouh al-Damaty, disse que o nome da rainha foi identificado como Khentakawess III graças a inscrições nas paredes de sua tumba.
“Esta descoberta vai lançar luz sobre certos aspectos desconhecidos da Quinta Dinastia, que junto com a Quarta Dinastia, testemunhou a construção das primeiras pirâmides”, disse al-Damaty.
Além de identificá-la como “esposa do rei”, a inscrição também indicava que a rainha era “mãe do rei”, provavelmente referindo-se ao faraó Menkauhor Kaiu, o sétimo governante da Quinta Dinastia, que administrou a região cerca de 2422 a 2414 aC.

  A parte alta da tumba consiste de um “mastaba”, uma estrutura retangular de teto plano com os lados construídos em tijolo ou pedra, e uma capela, que originalmente tinha um par de portas falsas na parede oeste. A parte subterrânea da tumba consiste de uma câmara funerária.
O túmulo continha  duas dezenas de utensílios feitos de calcário e cobre
O túmulo continha duas dezenas de utensílios feitos de calcário e cobre

Osíris

Outro túmulo misterioso foi encontrado em Abydos, uma das cidades mais antigas do Egito, na necrópole de Sheikh Abd el-Qurna, que contém a maior concentração de túmulos privados no complexo de Tebas.
Este é o lugar onde todos os sacerdotes e a nobreza egípcia foram enterrados durante o Império Novo, um período da história que durou do século 16 aC até o século 11 aC, governado pelas dinastias 18ª, 19ª e 20ª do Egito.
Parte do túmulo foi descoberto por Philippe Virey em 1887, mas nunca foi descrita. Assim, uma equipe de arqueólogos espanhóis e italianos liderados por María Álvarez Milagros Sosa do Projeto Min se propuseram a escavar suas múltiplas câmaras e poços este ano.
Tumba misteriosa de Tebas
Tumba misteriosa de Tebas
Eles relataram que a tumba foi modelada de acordo com o enorme túmulo de Osíris, um componente importante da antiga lenda egípcia.
Os arqueólogos acreditam que remonta a 25ª dinastia do Egito (760-656 aC) ou a 26ª (672-525 aC), com base em uma comparação com tumbas similares que contêm elementos parecidos. O exemplo mais famoso é o túmulo de Osíris, chamado de Osireon, embutido no complexo funeral de Seti I.
Osíris é o antigo deus egípcio dos mortos, da vida após a morte e do submundo. É descrito geralmente com uma pele brilhante verde-esmeralda, barba de um faraó, coroa adornada por duas penas de avestruz e pernas enfaixadas como uma múmia.
O simbolismo de Osíris é muito evidente na tumba, uma vez que todos os elementos que lembram o túmulo mítico estão presentes, como uma grande escada de 3,5 metros de comprimento levando para o Inferno, uma estátua de Osíris na parte mais alta, simbolizando seu isolamento; um corredor vazio que simboliza o canal de água e uma câmara abaixo da estátua, identificando o falecido com Osíris

O mistério do pênis ereto do faraó Tutancâmon


Publicado em 8.01.2014
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O rei do Egito Tutancâmon foi embalsamado de uma maneira incomum, com seu pênis mumificado ereto em um ângulo de 90 graus, e sem coração. Agora, um novo estudo sugere que essas anormalidades para um rei mumificado podem ter sido um esforço para combater uma revolução religiosa desencadeada por seu pai.
O faraó foi enterrado no Vale dos Reis do Egito sem um coração (ou um artefato de substituição conhecido como “escaravelho-coração”), seu pênis foi mumificado ereto, e sua múmia e caixões foram cobertos por uma espessa camada de líquido preto que parece ter resultado em um incêndio no corpo do menino.
Estas anomalias têm recebido muita atenção acadêmica e da mídia nos últimos anos. Mas o mistério pode ter chegado ao fim – a egiptóloga Salima Ikram, da Universidade Americana no Cairo (Egito), propõe uma razão para elas.
Ela crê que o pênis ereto e outras irregularidades do embalsamamento não foram acidentais, mas sim tentativas deliberadas de fazer o rei se parecer com Osíris, o deus do submundo, da forma mais literal possível.
O pênis ereto evoca os poderes regenerativos de Osíris, o líquido preto imita a cor da sua pele, e o coração sumido recorda a história do deus, que foi cortado em pedaços e teve seu coração enterrado por seu irmão Seth.
Fazer o rei aparecer como Osíris pode ter ajudado a desfazer uma revolução religiosa provocada por Aquenáton, um faraó que se acredita ter sido o pai de Tutancâmon. Aquenáton tentou concentrar a religião egípcia em torno da adoração de Aton, o disco solar, indo tão longe a ponto de destruir imagens de outros deuses. Tutancâmon estava tentando desfazer essas alterações e retornar o Egito à sua religião tradicional, com sua mistura de deuses.
Ikram adverte que sua ideia é especulativa, mas, se estiver correta, explicaria alguns dos mistérios que cercam a mumificação e o enterro de Tutancâmon.

Tutancâmon como Osíris

O pênis ereto eventualmente se separou do corpo do rei quando a múmia foi descoberta, o que levou a especulações da mídia de que tinha sido roubado.
Segundo Ikram, não há notícia de outra múmia egípcia enterrada com uma ereção. Esse fato pode ter uma conexão com o deus Osíris, pois o pênis ereto é um símbolo por excelência do renascimento e da ressurreição. Além disso, múmias artificiais criadas em períodos posteriores em honra a Osíris, feitas de uma mistura de materiais, possuíam a mesma característica.
Também há evidências de que a múmia literalmente pegou fogo, algo aparentemente provocado pela grande quantidade de óleos e resinas pretas aplicada ao seu corpo. Em outubro de 1925, Howard Carter, arqueólogo que liderou a equipe que descobriu a tumba em 1922, escreveu: “A maior parte dos detalhes está escondida por um revestimento preto brilhante, deliberadamente derramado sobre o caixão em grande quantidade”.
A abundância de líquido preto, o que deixou a pele do rei Tut de uma cor escura, pode ter sido uma tentativa de retratar o faraó tão literalmente quanto possível como Osíris, aludindo à cor preta associada ao deus como “senhor da terra do Egito, escuro com o rico solo da inundação, e a fonte da fertilidade e regeneração”, explica Ikram.
Outra anomalia misteriosa é a ausência do coração do faraó e a falta de um escaravelho-coração para servir como substituto. “Este órgão era um componente chave para o sucesso da ressurreição do corpo”, diz Ikram, observando que, na mitologia egípcia, o coração é pesado contra a pena que representa o deus Maat para determinar se uma pessoa é digna de ressurreição.
A ausência do órgão não parece ter sido resultado de roubo; em vez disso, pode ser uma alusão a uma famosa história da lenda de Osíris, quando seu corpo foi cortado em pedaços por seu irmão Seth, que enterrou seu coração. Os cortes tipicamente usados para remover os órgãos internos de uma múmia estavam invulgarmente brutais e grandes em Tutancâmon, outra alusão, talvez, a carnificina de Seth contra Osíris.
Outras evidências também apontam para a personificação de Osíris. Por exemplo, a parede norte da câmara funerária do rei o mostra como Osíris por meio de sua decoração. Essa representação é única no Vale dos Reis: outros túmulos só mostram o rei sendo abraçado por Osíris ou oferecido a ele.
Carter foi o primeiro a salientar que o faraó estava sendo retratado como Osíris. “Talvez a ênfase de Carter em suas notas durante o desembrulhar e exame da múmia esteja mais correta do que ele mesmo pensava: o rei estava de fato sendo mostrado como Osíris, mais do que era habitual em enterros reais”, Ikram argumenta.
“Pode-se especular que, naquele momento histórico/religioso delicado, os modos habituais para a mumificação do rei não eram suficientes, e por isso os sacerdotes-embalsamadores prepararam o corpo de tal forma que enfatizasse a divindade do rei e sua identificação com Osíris”, conclui. [LiveScience]
 
     Estas anomalias têm recebido muita atenção acadêmica e da mídia nos últimos anos. Mas o mistério pode ter chegado ao fim – a egiptóloga Salima Ikram, da Universidade Americana no Cairo (Egito), propõe uma razão para elas.
Ela crê que o pênis ereto e outras irregularidades do embalsamamento não foram acidentais, mas sim tentativas deliberadas de fazer o rei se parecer com Osíris, o deus do submundo, da forma mais literal possível.
O pênis ereto evoca os poderes regenerativos de Osíris, o líquido preto imita a cor da sua pele, e o coração sumido recorda a história do deus, que foi cortado em pedaços e teve seu coração enterrado por seu irmão Seth.
Fazer o rei aparecer como Osíris pode ter ajudado a desfazer uma revolução religiosa provocada por Aquenáton, um faraó que se acredita ter sido o pai de Tutancâmon. Aquenáton tentou concentrar a religião egípcia em torno da adoração de Aton, o disco solar, indo tão longe a ponto de destruir imagens de outros deuses. Tutancâmon estava tentando desfazer essas alterações e retornar o Egito à sua religião tradicional, com sua mistura de deuses.
Ikram adverte que sua ideia é especulativa, mas, se estiver correta, explicaria alguns dos mistérios que cercam a mumificação e o enterro de Tutancâmon.

Tutancâmon como Osíris

O pênis ereto eventualmente se separou do corpo do rei quando a múmia foi descoberta, o que levou a especulações da mídia de que tinha sido roubado.
Segundo Ikram, não há notícia de outra múmia egípcia enterrada com uma ereção. Esse fato pode ter uma conexão com o deus Osíris, pois o pênis ereto é um símbolo por excelência do renascimento e da ressurreição. Além disso, múmias artificiais criadas em períodos posteriores em honra a Osíris, feitas de uma mistura de materiais, possuíam a mesma característica.
Também há evidências de que a múmia literalmente pegou fogo, algo aparentemente provocado pela grande quantidade de óleos e resinas pretas aplicada ao seu corpo. Em outubro de 1925, Howard Carter, arqueólogo que liderou a equipe que descobriu a tumba em 1922, escreveu: “A maior parte dos detalhes está escondida por um revestimento preto brilhante, deliberadamente derramado sobre o caixão em grande quantidade”.
A abundância de líquido preto, o que deixou a pele do rei Tut de uma cor escura, pode ter sido uma tentativa de retratar o faraó tão literalmente quanto possível como Osíris, aludindo à cor preta associada ao deus como “senhor da terra do Egito, escuro com o rico solo da inundação, e a fonte da fertilidade e regeneração”, explica Ikram.
Outra anomalia misteriosa é a ausência do coração do faraó e a falta de um escaravelho-coração para servir como substituto. “Este órgão era um componente chave para o sucesso da ressurreição do corpo”, diz Ikram, observando que, na mitologia egípcia, o coração é pesado contra a pena que representa o deus Maat para determinar se uma pessoa é digna de ressurreição.
A ausência do órgão não parece ter sido resultado de roubo; em vez disso, pode ser uma alusão a uma famosa história da lenda de Osíris, quando seu corpo foi cortado em pedaços por seu irmão Seth, que enterrou seu coração. Os cortes tipicamente usados para remover os órgãos internos de uma múmia estavam invulgarmente brutais e grandes em Tutancâmon, outra alusão, talvez, a carnificina de Seth contra Osíris.
Outras evidências também apontam para a personificação de Osíris. Por exemplo, a parede norte da câmara funerária do rei o mostra como Osíris por meio de sua decoração. Essa representação é única no Vale dos Reis: outros túmulos só mostram o rei sendo abraçado por Osíris ou oferecido a ele.
Carter foi o primeiro a salientar que o faraó estava sendo retratado como Osíris. “Talvez a ênfase de Carter em suas notas durante o desembrulhar e exame da múmia esteja mais correta do que ele mesmo pensava: o rei estava de fato sendo mostrado como Osíris, mais do que era habitual em enterros reais”, Ikram argumenta.
“Pode-se especular que, naquele momento histórico/religioso delicado, os modos habituais para a mumificação do rei não eram suficientes, e por isso os sacerdotes-embalsamadores prepararam o corpo de tal forma que enfatizasse a divindade do rei e sua identificação com Osíris”, conclui

Máscara de Tutancâmon foi irreversivelmente danificada

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A Máscara de Tutancâmon, utilizada em seu enterro, é uma das mais famosas do Antigo Egito, mas acaba de ser irreversivelmente danificada.
E não foi porque o rei estava se revirando na tumba, não. A relíquia arqueológica, que é considerada a mais conhecida do mundo, foi derrubada durante uma tentativa fracassada de limpeza

Emenda pior que o soneto

Pode ficar pior? Pode. Porque depois de ser derrubada, aquela barba trançada azul e o ouro na máscara de enterro do Rei Tut foram colados “às pressas” com um adesivo inadequado, danificando o item ainda mais.
Como a Associated Press, agência de notícias americana, está relatando, parece que aquela famosa barbicha foi rapidamente colada de volta “no lugar” por curadores do Museu Egípcio, que fica no Cairo, com epóxi, um “material irreversível” que é completamente inadequado para um esforço de restauração desta importância.
Depois que a confusão estava toda feita, os conservadores do museu vieram a público para contar da lambança para todo mundo. Mas, apesar de obviamente muito frustrante, essa história não está totalmente bem contada.

Versões conflitantes

Ainda não ficou claro quando exatamente esse incidente aconteceu – se a icônica barba foi mesmo derrubada acidentalmente, ou se foi removida porque estava solta. Três curadores do museu estão contando histórias diferentes.
O que sabemos, no entanto, é que eles receberam uma ordem “de cima” para remendar rapidamente a máscara, e que foi nesse momento de pressa/pânico que o epóxi foi usado. Todos os três curadores se recusaram a dar seu nome por medo de represálias profissionais. Não julgo.
A partir do relatório da Associated Press, ficamos sabendo de ainda uma outra versão, que diz que “a máscara deve ter sido levada para o laboratório de conservação”, mas como eles estavam com pressa para obtê-la de volta, teriam acelerado o processo e usado essa secagem rápida com um material irreversível.

E agora, com que cara o Rei Tutancâmon fica?

O conservador disse que a máscara agora mostra uma lacuna entre o rosto e a barba, sendo que antes essas partes estavam diretamente ligadas.
Além disso, inadvertidamente, o epóxi foi colocado também sobre a face da máscara – e eles usaram uma espátula na tentativa de tirá-lo, prejudicando ainda mais relíquia.
Um dos conservadores do museu, presente no momento da reparação, disse que o epóxi usado tinha secado sobre a face da máscara do rei e que um colega usou uma espátula para removê-lo, deixando arranhões. O primeiro conservador, que inspeciona o artefato regularmente, confirmou os arranhões e disse que era claro que eles tinham sido feitos por uma ferramenta usada para raspar o epóxi.
O Ministério de Antiguidades do Egito e a administração do museu não estão respondendo às perguntas da mídia internacional, mas foi garantido que uma investigação está em andamento

10 razões bíblicas pelas quais o inferno pode não existir
 
 
A crença no inferno é popular e faz parte da percepção básica da religião na cultura cristã. No entanto, alguns dizem que a evidência de tal castigo eterno é praticamente inexistente. Confira os dez argumentos abaixo e diga o que você acha:

10. A Bíblia mal menciona algo como o inferno

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De acordo com Romanos 6:7, “todo aquele que morreu já foi justificado do pecado”. Se os pecados de uma pessoa são apagados com a sua morte, por que existir a punição adicional do inferno?
Romanos 6:23 prossegue, afirmando que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por intermédio de Cristo Jesus, nosso Senhor”. Note que não há nenhuma menção dos pecadores sendo condenados à tortura eterna; eles simplesmente não recebem a recompensa por uma vida justa.
Da mesma forma, 2 Tessalonicenses 1:9 diz que “Eles sofrerão a pena de destruição eterna, a separação permanente da presença do Senhor e da majestade do seu poder”. Ou seja, a punição para aqueles considerados ímpios não é tortura de fogo, mas a destruição.
João 3:36 afirma algo parecido. “Quem crê no Filho tem a vida eterna; aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele”.
Enquanto isso, Judas 1:7 menciona “fogo eterno”, mas apenas no contexto de Sodoma e Gomorra, literalmente destruídas pelo fogo eterno da ira de Deus.
Algo remotamente parecido com a visão de “inferno” da cultura popular aparece em breves menções no Livro do Apocalipse e duas das parábolas de Cristo. Mas se um lugar de tormento eterno foi realmente concebido como um componente integral do cristianismo, não é estranho que a Bíblia nunca parece prestar atenção a ele?

9. Interminável castigo não faz sentido bíblico

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De uma perspectiva cristã, a ideia do inferno não é apenas cruel e incomum, bem como totalmente excessiva. Será que um Deus descrito na Bíblia como verdadeiro, justo e correto aprovaria algo como punição eterna?
1 João 4:8 diz que “Aquele que não ama não conhece a Deus, porquanto Deus é amor”. Será que um Deus que é o próprio conceito de amor torturaria eternamente um filho Seu como castigo, mesmo que ele tivesse feito algo ruim?
Deuteronômio 19:21 afirma: “Portanto, não considerarás com piedade esses casos: alma por alma, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé!”. Tal sanção de igualdade parece um pouco fora de sincronia com a ideia de uma angústia literalmente infinita.
O inferno popular parece ainda mais bizarro depois de considerar as palavras de Deus em Jeremias 7:31: “Eles construíram o alto de Tofete no vale de Ben-Hinom, a fim de queimarem seus próprios filhos e filhas como holocausto, sacrifício que jamais ordenei e nem sequer pensei em requerer”. Se a ideia de seres humanos sendo queimados é tão desagradável para Deus que nunca sequer entrou em Seus pensamentos, o que diria Ele então do inferno?

8. Muitas referências ao inferno foram erros de tradução

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Quando se trata de equívocos sobre o inferno, a popular versão da Bíblia do rei Jaime, do século 17, é campeã. Nela, o profeta Jonas esteve na “barriga do inferno”, enquanto Davi insiste que Deus estaria com ele mesmo no inferno. Até Jesus aparece no inferno após a sua morte na cruz. Isto, obviamente, não faz sentido.
A Bíblia afirma repetidamente que o inferno, o que quer que seja, envolve a separação de Deus. Então, por que Jesus aparece por lá e Davi está tão seguro de que Deus estaria com ele lá?
A resposta é que essa versão traduziu um monte de diferentes palavras gregas e hebraicas sob o termo “inferno”. As palavras em questão são Hades, Sheol, Tártaro e Geena, com significados muito diferentes em seu contexto original. Por exemplo, Hades e Seol, que são palavras mais ou menos equivalentes em grego e hebraico, não podem nem razoavelmente ser traduzidas como “lugar de tormento”, algo que a palavra “inferno” geralmente implica. Uma tradução melhor seria “sepultura” ou “vida após a morte”. Esses termos sequer carregam um juízo de valor como o do “inferno”, uma vez que somente os ímpios vão para o inferno, mas todas as almas vão para Sheol após a morte.
A Nova Versão Internacional da Bíblia faz uma referência muito menos dramática de certas passagens. Ela se refere ao inferno somente 15 vezes, em comparação com 54 menções na Bíblia do rei Jaime. Ainda assim, muita confusão e desentendimento foram causados pelos primeiros tradutores da Bíblia.

7. Geena é controversa

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Já explicamos que “Hades” e “Sheol” não correspondem à percepção moderna do inferno. “Tártaro” é também ocasionalmente traduzido como “inferno”, mas o termo só aparece uma vez na Bíblia, e não em relação aos seres humanos, por isso tem pouca relevância. E quanto à “Geena”?
Esse é certamente o termo bíblico mais traduzido como “inferno”. Por exemplo, a Nova Versão Internacional de Mateus 5:30 afirma: “E, se tua mão direita te fizer pecar, corta-a e atira-a para longe de ti; pois te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno”. Assustador, não? Tudo se resume à controvérsia sobre o significado exato de “Geena” expressa aqui como “inferno”.
A palavra em si é uma tradução grega dos termos hebraicos “ge-hinnom” e “ge-ben-hinnom”, que significam “vale dos filhos de Hinom” e se referem a um vale real próximo a Jerusalém antiga. O vale aparece pela primeira vez no Antigo Testamento como a localização de sacrifícios pagãos de crianças, que continuam pelo menos até 2 Reis 23:10, que descreve como Josias destruiu o lugar de tal ordem que “ninguém mais conseguiu sacrificar ali seus filhos e filhas, queimando-os em adoração ao deus Moloque, como era costume se fazer”.
Uma explicação é que, na época de Jesus, o termo Geena foi aparentemente usado metaforicamente para se referir a um lugar de destruição. É interessante notar que o hebraico não tem nenhuma palavra para tal conceito e Jesus aparentemente não sentiu necessidade de introduzir um, preferindo fazer alusões históricas.
Ou então, segundo alguns estudiosos, o vale de Geena tornou-se de fato um lugar essencialmente incinerador na época de Cristo. Ele constantemente consumia o lixo da cidade e os corpos de criminosos e desonrados. Esta tradição é bastante antiga, mas não é suportada por qualquer evidência ou relatos antigos. Em qualquer caso, nenhuma das referências de Cristo a Geena sugerem qualquer tipo de tormento eterno. Remover os injustos da existência, como os versículos sugerem, não soa particularmente parecido com torturá-los para sempre.

6. Jesus não inventou parábolas sobre o inferno

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A ideia de um inferno de fogo é quase completamente alheia à Bíblia, exceto por algumas menções incluindo a parábola do homem rico e Lázaro, conforme registrado em Lucas 16:19-31.
Na história, um homem rico ignora a vida toda um mendigo, chamado Lázaro. Mas o par de experimenta uma inversão de papéis após suas mortes, quando Lázaro é levado pelos anjos para uma existência feliz no seio de Abraão, enquanto o homem rico se vê atormentado em um fogo ardente. O homem rico implora a Lázaro para ter pena dele e trazê-lo um pouco de água, mas Abraão ressalta que o homem rico viveu uma grande vida e nunca teve pena de Lázaro. Abraão também se recusa a ressuscitar Lázaro para avisar a família do homem rico para mudar suas maneiras, argumentando que eles podem optar por seguir os profetas ou não, mas testemunhar um milagre não vai de repente transformá-los em boas pessoas.
Este é provavelmente o mais próximo que a Bíblia chega da concepção moderna do inferno. No entanto, é importante notar que a Bíblia não apresenta essa parábola como uma história verdadeira ou uma advertência direta sobre a vida após a morte. As parábolas de Cristo são claramente histórias fictícias destinadas a transmitir uma mensagem.
O conto do homem rico e Lázaro é precedido pela parábola do mordomo infiel, onde um servo defrauda seu mestre e é recompensado por isso. Se você ignorar o significado mais profundo das parábolas, concluirá que Jesus achava que roubar de seu chefe era uma coisa boa.
Só que, na verdade, essas parábolas nem sequer foram criadas por Jesus. Estudiosos há muito identificaram o esboço geral dessa história de Lázaro (o mendigo recompensado após a morte, enquanto o homem rico é punido) como um conto popular egípcio conhecido de instrutores religiosos judeus, como os fariseus, ao ponto da literatura judaica primitiva conter pelo menos sete versões da narrativa.
No relato de Lucas, Jesus só conta a parábola do homem rico depois que os fariseus zombam de sua parábola original do mordomo infiel, usando uma de suas próprias histórias favoritas para demonstrar a hipocrisia de tais fariseus.

5. Vários versículos sobre um lugar como o inferno não são conclusivos

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A Bíblia contém uma referência à tortura de fogo eterno em Apocalipse 20:10-15: “Eles serão atormentados dia e noite pelos séculos dos séculos”. Mas quem são “eles”? Coisas como o Diabo, a Besta e o Falso Profeta, que não são pessoas reais. Em outras palavras, tal referência é um simbolismo.
Existe também a parábola da ovelha e dos bodes, como encontrada no Livro de Mateus. Na história, Jesus aparece para falar do Juízo Final: “Ide para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos”. A parábola termina com uma aparente referência ao tormento sem fim: “Sendo assim, estes irão para o sofrimento eterno, porém os justos, para a vida eterna”.
Essa passagem é considerada a chave por trás da concepção popular de inferno. No entanto, muitos teólogos argumentam que essa interpretação contradiz uma série de outros versículos da Bíblia que explicam o destino dos ímpios no Juízo Final como a destruição através da “segunda morte”.
Se os injustos são destruídos, eles não podem ser atormentados para sempre. Alguns estudiosos bíblicos argumentam que, enquanto o fogo da punição é descrito como eterno, isso não significa que os ímpios serão punidos por toda a eternidade. Em outras palavras, a punição eterna (“aionios kolasis”) dura para sempre, mas a própria punição é simplesmente destruição imediata.
Testemunhas de Jeová e outros grupos que não acreditam no inferno vão ainda mais longe, argumentando que a palavra kolasis não deve ser traduzida como “punição”. Citando sua derivação de um termo grego para “poda de árvores”, eles sugerem que seria melhor traduzida como “corte”, “destruição” ou mesmo “morte”. A última interpretação transformaria “aionios kolasis” em “morte eterna”, um agradável contraste com a “vida eterna” prometida aos justos.
O termo “kolasis” só aparece duas vezes no Novo Testamento, mas o Velho Testamento em grego usa a palavra para se referir a punição em geral, e a morte como uma forma de punição, sugerindo que “punição eterna” e “morte eterna” são duas traduções válidas.

4. Mesmo os primeiros padres não concordavam sobre a existência do inferno

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Nem mesmo os primeiros padres das igrejas cristãs primitivas concordavam em seus conceitos sobre o inferno. Justino Mártir, Clemente de Alexandria, Tertuliano e Cipriano estavam entre aqueles que consideravam que o inferno era um lugar literal de tormento ardente. Orígenes e Gregório de Níssa discordavam, dizendo que o inferno era simplesmente a separação de Deus.
Embora a ideia de condenação eterna de fogo possa ser encontrada tão cedo quanto no livro apócrifo do século II “Apocalipse de Pedro”, não parece ter-se tornado dominante no pensamento cristão até por volta do século V dC. Ironicamente, essa visão foi fortemente inspirada pelo filósofo e matemático grego Platão, que não era cristão, e a quem o historiador francês Georges Minois creditou com “a maior influência sobre as visões tradicionais do inferno”.
O Mito de Er de Platão apresenta uma vida futura em que os pecadores são punidos ou recompensados na proporção de suas más ações na vida. Seja qual for sua opinião sobre a existência do inferno, as punições específicas citadas por Platão definitivamente não têm apoio bíblico. Mesmo assim, podem ser detectadas em muitas versões populares de um inferno, mais notavelmente o Inferno de Dante.
Nos tempos modernos, muitas denominações cristãs se afastaram da concepção do Inferno de Santo Agostinho como um lugar físico abaixo da Terra. Por exemplo, desde 1992, através de uma decisão do Papa João Paulo II, ensina-se no Catecismo que o inferno é simplesmente um estado de “autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os abençoados”.

3. Alguns aspectos do inferno parecem distintamente não cristãos


Vários aspectos da visão de inferno parecem emprestados de outras culturas. Por exemplo, a religião egípcia antiga contava com uma caverna possuindo um “lago de fogo” onde as almas dos ímpios eram punidas por suas transgressões. Os primeiros mesopotâmios também acreditavam que o submundo era subterrâneo, embora não fosse um lugar de castigo eterno.
Uma comparação particularmente interessante pode ser feita entre a ideia popular de inferno e o Zoroastrismo, uma religião antiga originada no que hoje é o Irã. Nos primeiros textos zoroastristas, as almas dos pecadores são julgadas após a morte e condenadas a punição eterna no submundo, que o Livro de Arda Viraf descreve como um poço cheio de fogo, fumaça e demônios. As almas são torturadas de acordo com a gravidade de seus pecados em vida, e tal tortura é presidida por Angra Mainyu, “o grande espírito do mal”. Isso soa muito parecido com o inferno da cultura pop moderna.
Esses detalhes não têm nenhuma base na Bíblia. O Inferno zoroastrista é composto por demônios e governado por uma figura diabólica, enquanto o Diabo cristão e seus seguidores não têm nenhum papel na vida após a morte e são o único grupo claramente destinado a punição em “Tártaro”.

2. O conceito é estranho ao Antigo Testamento

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Mesmo as menções fracas ao inferno no Novo Testamento parecem melhores em comparação com o Antigo Testamento, que claramente não mostra nenhum conceito de um lugar de tormento eterno.
Escrituras como Jó 3:11-17 sugerem que a morte é simplesmente uma cessação: “Ora, por que não me foi tirada a vida ainda no ventre de minha mãe? Por que não morri ao nascer? (…) Porquanto, se assim fora, agora estaria dormindo, jazeria em paz e desfrutaria de tranquilidade e descanso. (…) Se minha mãe tivesse tido um aborto, às escondidas, eu não teria continuado a existir e seria como as crianças que nunca viram a luz do dia. Na sepultura termina a ambição e a maldade dos ímpios, ali também repousam em paz os atribulados pela vida”.
Eclesiastes 3:19 soa ainda mais cético sobre a possibilidade de vida após a morte: “Porquanto a sorte do ser humano e a do animal é idêntica: como morre um, assim morre o outro, e ambos têm o mesmo espírito, o mesmo fôlego de vida; de fato, o ser humano não tem vantagem alguma sobre os animais. E, assim, tudo não passa de uma grande ilusão!”.
Mesmo no início da Bíblia, em Gênesis, a punição de Adão e Eva por não ouvir as instruções de Deus e comer do fruto proibido não foi a ameaça do fogo do inferno, mas sim de morte: “porque tu és pó e ao pó da terra retornarás!”.

1. O inferno é simplesmente uma tática de intimidação


Como vimos até agora, um estudo cuidadoso da Bíblia sugere que a ideia de inferno como castigo eterno não é verdadeira, ou não tem base na religião cristã. Então, por que tanta gente, até mesmo dentro da Igreja Católica, insiste nisso até hoje?
Não se pode negar que a ideia de inferno tem sido usada como uma tática de intimidação para manter as pessoas na linha ou atingir um objetivo desejado há muito tempo. Por exemplo, se as pessoas não temessem o inferno, por que comprariam um lugar no céu?
Até figuras como a Rainha Maria I da Inglaterra usaram a doutrina como uma desculpa para perpetrar barbáries. Antes de sentenciar um grupo de protestantes para ser queimado vivo, ela supostamente declarou que tal punição era adequada para seus corpos na Terra, visto que suas almas eternamente queimariam no inferno.
Mesmo nos tempos modernos, o tema “acredite ou você vai para o inferno” é comum, completo com descrições vívidas de ranger de dentes, gritos dos condenados e odor de carne escaldante. Como tantas outras táticas de chantagem, a ideia de “arder no fogo do inferno” pode exercer um apelo poderoso sobre os crentes.
Para finalizar a argumentação contra um inferno, voltemos mais uma vez à parábola do homem rico e Lázaro, frequentemente citada como “prova bíblica” da doutrina do inferno. Muitos poderiam dizer que, na verdade, ela carrega a mensagem oposta. No final da parábola, Abraão não concorda em enviar Lázaro de volta à Terra para advertir os pecadores do destino terrível que os aguarda na vida após a morte justamente porque ele acredita que a justiça só pode vir da crença, ao invés do medo de alguma punição sobrenatural.

 

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