egito farao

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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Onde nosso Senhor foi Crucificado

  
jesus-christ-crucifixion-475Apocalipse, em quase sua totalidade, não é um livro que deve ser interpretado literalmente – É um livro profético, não histórico; é cheio de figuras e símbolos. Por exemplo, a mulher vestida de sol no capítulo 12 não é uma mulher literal; e as duas testemunhas? O que são? Ou melhor, quem são? Apocalipse 13 nos fala de uma besta que emerge do mar. Não se trata de um ser conhecido do reino animal, embora a Escritura afirme ser ele uma besta selvagem. E o mar de vidro que João viu dentro do céu? Eu poderia citar aqui vários  exemplos, mas vou me deter  apenas em mais um: “A cidade que se chama Sodoma e Egito, onde nosso Senhor foi crucificado”. Como identificar essa cidade neste Livro cheio de símbolos?
“E os seus corpos jazerão na praça da grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado”. (Apocalipse 11:8)
A propósito – a pergunta vai para um apologista católico chamado Cristiano Macabeus: “Quais foram as duas testemunhas martirizadas na Praça de Jerusalém antes de 70 d.C?” Se ele interpretou parcialmente  a  forma literal do texto, adicionando  Jerusalém  como a grande cidade, deveria também revelar quais foram as duas testemunhas – pessoas literais – martirizadas na praça dessa cidade.
Acreditem ou não, caros leitores, mas esse apologista desistiu de defender o ensino de que Pedro redigiu uma de suas cartas de Roma pelo simples fato do texto dizer que ela foi escrita de Babilônia (1 Pedro 5:13), um codinome que muitos historiadores usam para Roma. Ele contraria todos os argumentos da Igreja católica que ensina por muitos séculos que o Apóstolo Pedro estava escrevendo de Roma. Ele prefere tirar Pedro de Roma para colocar Jerusalém como objeto da ira de Deus em Apocalipse. O apologista das multidões  acredita que a Grande Cidade de Apocalipse é Jerusalém, e que o capítulo 18 deste livro descreve a queda da Cidade em 70 d.C.
E ele foi mais longe ao rejeitar uma argumentação que muitos católicos desejam ardentemente:  que as duas testemunhas mortas na praça da Grande Cidade foram Pedro e Paulo – segundo a tradição os dois apóstolos teriam sido martirizados em Roma. Ele foi capaz de anular o ensino da instituição romana para, tão somente, afundar Jerusalém nas profundezas do inferno, colocando-a como a meretriz do Apocalipse, livrando assim a Igreja Católica dos infortúneos profetizados por João.
Que cidade é essa? Para quem deseja responder rápido e sem titubear, obviamente diz que é Jerusalém. O texto chama a uma resposta literal, pois a cidade em que nosso Senhor foi crucificado só pode ser Jerusalém, diriam muitos. No entanto, seria Jerusalém se o texto não fizesse parte de um livro cheio de figuras, que em várias passagens não pode ser interpretado literalmente, o Apocalipse. Aqui não é Mateus registrando seu evangelho, muito menos Lucas com sua pena de ouro, mas João recebendo profecias, a maioria delas, para os tempos do fim.
Pode parecer absurdo para muitos que estudam a doutrina das últimas coisas, mas já vou adiantando:  Jerusalém não é a Grande Cidade que se chama Sodoma e Egito.
Existe hoje uma corrente teológica estranhamente interessada em identificar Jesrusalém na profecia de Apocalipse 11:8, e ela provém da Igreja Católica Romana. Eles podem ser identificados como os preteristas de Roma. O objetivo dessa nova teologia romana é tão somente enfraquecer a interpretação profética relacionada aos acontecimentos finais. Esforçam-se para remover as suspeitas que pairam sobre a Igreja Católica de ser a grande meretriz julgada em Apocalipse 17 e 18 para lança-las sobre Jerusalém. Além de ensinarem que a Grande Cidade de Apocalipse 11:8 é Jerusalém, afirmam que os dois capítulos localizados antes da vinda de Jesus, do mesmo livro, tratem da destruição de Jerusalém ocorrida em 70 dC. Ou seja, todas as profecias contidas até o capítulo 19, como o mistério dos sete trovões e as calamidades que apontam para os tempos finais, já se cumpriram, segundo alegam os preteristas do catolicismo. Essa foi a maneira que encontraram para tentar livrar a Igreja católica dos julgamentos relatados neste livro profético.

Isso torna a profecia extremamente confusa, pois não seria correto aplicar a Jerusalém os títulos de  Mãe das Prostituições da terra, Mãe das Meretrizes, a que tem na fronte nomes de blasfêmia, citada em Apocalipse 17 e 18 – Além de ficar fora de foco chega as raias do absurdo.
A cidade que reinava sobre os reis da terra, chamada de Sodoma e Egito, citada aqui como figura para revelar a Babilônia dos tempos finais, não tipifica Jerusalém, mas sim Roma. Jerusalém tornou-se território Romano – as mais altas autoridades religiosas de Jerusalém, e todos os judeus em Jerusalém, chegaram a admitir que César fosse o seu rei (João 19:15). A sabedoria de Deus  alcança Roma em cheio como a cidade que reinava sobre os reis da terra. Roma governava com mão de ferro sobre os judeus, por isso  Jerusalém desaparece da profecia, dando lugar a Roma que fez da cidade santa uma de suas províncias.
Judeia (Iudaea) foi o nome dado à província do Império Romano, que se estabeleceu no território do Oriente Médio habitado e governado anteriormente pelos judeus… Em 63 a.C., o general Pompeu conquista a Judeia e anexa o território ao domínio romano… A administração do território é entregue a governadores romanos da ordem equestre, chamados de prefeitos. Mais tarde, serão também chamados de procuradores… Após a grande revolta de 68-70, desapareceu qualquer resquício de autonomia, passando todos esses territórios a constituírem a província romana da Judeia, desvinculada da província da Síria, e administrada por procuradores imperiais” (Judeia, província romana).
Quando Jesus nasceu, diz-se que foi feito um censo em todo território romano, não em território judeu. Lucas 1:2, “E ACONTECEU naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que toda a população do império se alistasse…”.
Toda a população do império faz referência à população do império romano, o qual governava sobre os reis da terra. Toda a palestina deveria se alistar, e foi denominada como população do império, o império romano. Portanto, o território judeu foi chamado de território romano. A coligação de romanos e judeus governava com autoridade.
A moeda corrente em Jerusalém tinha a face de César, Luc 20:24 – Mostrai-me uma moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E, respondendo eles, disseram: De César.
A terra dos judeus transformou-se em território romano!
Cristo foi crucificado na Judéia, na verdade, mas que se tornou uma província romana sob Pôncio Pilatos, governador romano, que por sua ordem, o Cristo, sofreu uma espécie romana da crucificação. Ele foi acusado de, embora falso, ser rei contra César, o imperador romano. Na verdade, Jerusalém desaparece nesta profecia em Apocalipse, dando lugar a Roma, o que indica que a nação foi sugada, como é evidenciado pelo pronunciamento dos sacerdotes judeus: “Não temos outro rei senão César” (João 19:15). Ora, se o Rei é Cesar, qual é esse reino? A profecia aponta diretamente para Roma como a cidade que reinava sobre os reis da terra, que descansava sobre sete montes, que também são sete reis. Somente através dessa figura é que ficamos sabendo que a profecia alcança a  Grande Cidade religiosa dos tempos finais. Óbvio que não se trata de Jerusalém, pois ela é chamada de Mistério. Como a identidade da cidade é: “Mistério Babilônia, a Grande”, uma interpretação não literal seria necessária para identificar a cidade exata. Não seria mistério nenhum adicionar Jerusalém como o lugar onde nosso Senhor foi crucificado. Porém, por não tratar-se de Jerusalém, ela foi chamada: MISTÉRIO BABILÔNIA, A GRANDE.
Se entendermos este texto de forma não literal, então podemos  facilmente visualizar os dois impérios romanos, que na verdade são um apenas um. Daniel fala do quarto animal “terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres”, Dn 7:7. O profeta continua e diz que “O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços”, v. 23 – o quarto reino foi o Romano. Não houve, ou haverá, um quinto reino. Assim, o que  temos atualmente é uma continuação do Império Romano, agora com roupagem religiosa, que  passou a ocupar o mesmo local geográfico do império romano pagão. Por esse motivo, e por muitos outros, Roma passa a ser a cidade que nosso Senhor foi crucificado, pois apenas dessa maneira a profecia poderia alcançar  este segundo império, “o qual tomou o lugar do primeiro, quando os césares perderam seu poder com os papas governando em seu lugar” (1).
O contexto insiste em idenficar a Babilônia do nosso tempo. A profecia revela que essa Babel  religiosa ocupa o lugar da Babilônia [Roma] física. Por esse motivo observamos que os escritos profetizam a destruição dessa imensa Babilônia num tempo futuro. Ninguém poderia entender absolutamente nada  se João não fizesse adições literais em  Apocalipse 11:18.
João não nos diz o nome real da cidade, mas a condição espiritual dela. Jerusalém foi realmente chamada de Sodoma por Deus (Jeremias 23:14). Entretanto, em nenhum lugar na Bíblia Jerusalém é chamada Egito. Jerusalém era a referência do Êxodo, a saída da escravidão no Egito. Sua fundação contextual para esta declaração foi o Velho Testamento, tendo como referência o Êxodo da escravidão egípcia. Ela jamais poderia ser chamada de Egito por mais esse motivo.
Deus está nos dando uma pista sobre a identidade desta grande cidade neste versículo. Ele está revelando duas informações importantes que culminam na identificação desta metrópole. Primeiro, notamos que após ler “grande cidade”, Deus diz: “o que é espiritualmente” – ( que em outra passagem a identifica como Mistério, Babilônia). Portanto, sabemos que deve ter um significado não literal na identidade para ela. Portanto, esta grande  cidade apenas tipifica Jerusalém.  Este versículo não está tipificando a Jerusalém literal em sua opinião final.
Mas, por que Deus retrata a cidade também como Sodoma e Egito? “Porque ela representa todas as coisas que são espiritualmente repugnantes para Deus. Representa o pecado de Sodomia em todas as suas praticas. Ao se questionar a “cidade” aqui, é necessário encontrar nela abominações como as de Sodoma. Quem se enquadra hoje nessa categoria com suas imoralidades e perversões patrocinadas através dos séculos? Se devemos considerar que este foi o desenho para se referir a Roma papal, ninguém pode duvidar que as abominações que nela prevalecem não justifica tal apelo” (2).
A Cidade também foi chamada de Egito. O Egito  tipifica os que ainda estão escravizadas a Satanás e em cativeiro espiritual para com os seus pecados, oprimidos e aprisionados no cativeiro dessa Grande Cidade. O Egito representa aqueles que não têm fé no precioso sangue de Cristo para redimi-los. Egito é conhecido nas Escrituras como a terra da opressão – a terra onde os israelitas, o povo de Deus, esteve preso em cativeiro. A ideia em particular, então, e transmitida aqui é, que “a cidade” referida seria caracterizada por atos de opressão e escravidão ao povo de Deus.
Os atos de perseguição impetrados em toda a história, concebidos para esmagar os verdadeiros cristãos, saíram de Roma mais do que de qualquer outra cidade na face da terra. Assim, e pelo testemunho de toda a história, sabemos hoje que não há nenhum lugar, tão corretamente designado pelo termo aqui empregado, a não ser Roma, representada pela Igreja Católica Romana.
A Igreja – todo o Cristianismo – pode ser vista como que influenciada por esse sistema babilônico à semelhança do “mesmo” sistema  que enlouqueceu as nações lhes dando de beber em excesso (Jer 51:7; Apo 14:8). “A abominação da desolação transformou esta cidade em uma Sodoma, atestada claramente pelo orgulho e ociosidade dos sacerdotes, monges e frades que se amontoam nas ruas e praças deste grande metrópole. Onde também estão abertos a profanidade e desprezo para com a religião verdadeira, e particularmente para o pecado de sodomia, tão frequentemente cometidos nesta cidade, com toda a impunidade. Quanto a ser chamada de Egito, acrescento: é por causa de sua tirania e opressão. Como os egípcios mantiveram os israelitas em cativeiro, e os fez servir com rigor amargurado suas vidas, então esta Grande Cidade e suas gentes, ou egípcios, têm uma forma mais opressiva e rigorosa sobre as almas, corpos e propriedades dos homens, e também por causa de sua grande idolatria. O Egito foi muito marcante por causa do número de suas divindades e da maldade deles. Isso faz uma fusão inevitável com os ídolos e idolatrias da Igreja de Roma” (3).
Egito é a “Casa da sujeição” onde um  “remanescente muito pequeno” está cativo a espera de libertação. A Cidade é também comparada ao Egito por causa de sua semelhança moral com a terra literal de Mitzraim, terra de idolatria. Sua superstição, sua ignorância do Senhor, o seu ódio que a faz oprimir o povo de Deus, a sua dureza de coração, a sua feitiçaria, adultérios e assassinatos, sua escuridão que pode ser sentida – que transcende a infâmia de Faraó e seus exércitos nestas abominações, a fazem semelhante ao Egito. A grande cidade é, portanto, bem ao estilo do verdadeiro Egito. Mas também é assim alegorizada porque as pragas que foram derramadas no Egito também cairão sobre ela (Apoc 18:4), e porque o Senhor dos Exércitos vai julgá-la a uma derrota, tão terrível e eficaz no julgamento, como quando julgou os egípcios pelas mãos de Moisés.
Esta Sodoma e Egito-territorial do gentilismo, é a Grande Cidade “onde o seu Senhor também foi crucificado”. Isso é indicativo do império alegorizado por “Sodoma e Egito”. Cristo foi crucificado por Roma fora dos muros de Jerusalém. Além do mais, Ele foi crucificado em uma província do Império Romano;  os judeus que habitavam a Palestina,  repito, sinceramente testemunharam que eles não tinham outro rei além de César (João 19:15.). Daí, a grande cidade é o império de Roma, e tudo que é representado em Roma, cujas fronteiras foram decretadas pelo império a ser os limites da cidade. O império e a cidade, então, são coextensivos, em outras palavras, eles são os mesmos
Portanto, a cidade que se chama Sodoma e Egito, é Roma, tão somente Roma. Cristo foi crucificado em Roma. Cristo continua sendo crucificado em Roma, quando seus sacerdotes o crucificam de novo nos sacrifícios frequentes dele na missa. Hebreus 6:6, diz de pessoas que pervertem a verdadeira fé, que “estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus novamente.”. 
Se a passagem deve ser tomada em sentido figurado, o significado é que os atos realizados possam ser adequadamente representados como crucificar novamente o Filho de Deus. Ou seja, como ele vive em sua igreja, os atos de perverter as doutrinas e perseguir o seu povo, seria, de fato, um ato de crucificar o Senhor outra vez. Assim entendida, a linguagem é aplicada a Roma Católica. Por isso João pretendia realmente caracterizar aquela cidade como sendo a cidade de Roma quando usou uma linguagem que seria facilmente entendida por um judeu cristão. A interpretação da grande cidade de Apocalipse 11 é espiritual e mística, apontando claramente para a jurisdição de Roma, chamada de Sodoma e Egito. Portanto, o lugar onde nosso Senhor foi crucificado, é Roma e não Jerusalém. E por fim, em Roma, na Babilônia mística, será encontrado o sangue dos profetas, dos santos e de todos os que foram mortos sobre a terra.
Por outro lado, Apocalipse 11 não fala da destruição da cidade de Jerusalém, quando diz sobre a cidade que o seu Senhor foi crucificado, mas o quadro da cidade é usado para mostrar o que acontecerá com as duas testemunhas nos tempos finais. O versículo diz que as duas testemunhas serão EXPOSTAS ao público na praça desta cidade. Como a praça de uma cidade denota um local público, um lugar de confluência e de  grandes ajuntamentos,  foi o lugar ideal escolhido pelos chefes da Grande Metrópole para expor os corpos dessas testemunhas. A intenção dessa gente aqui é querer projetar as duas testemunhas à publicidade, entregando-as ao silêncio, desgraça e desprezo, privando-os de todos os privilégios, que será conhecido em todo o império anticristão, onde estes serão expostos à humilhação pública e a vergonha. Sua gente, seus personagens, o seu testemunho, suas doutrinas, seus escritos, suas igrejas e famílias, e todos os que pertencem a eles, serão ridicularizados nesta praça, a praça da grande cidade.
Jerusalém não pode ser chamada de “a grande cidade”, isto é, Babilônia. Ela jamais poderia se tornar a capital mundial da apostasia idólatra, como a Babilônia era originalmente, e depois Roma, que tem sido “Sodoma e Egito”, tal como ela está aqui sendo chamada. Ademais, em sentido amplo, no período da Igreja histórica, significa dizer que a Igreja é o santuário e tudo que é de fora, foi e esta, exposto na praça da grande cidade, onde todos os martírios de santos tiveram lugar. Portanto, essa Babilônia marca a sua idolatria, que também representa o Egito com sua tirania; representa Sodoma, que aparece com sua desesperada corrupção, e por fim, representa também Jerusalém quando aparece com suas pretensões de santidade na terra dos privilégios espirituais. Tudo pode ser verdade quando se aplica a Roma.
Jesus foi crucificado por Roma. O mundo quase todo era Roma e Jerusalém era território romano. Por isso a cidade que se chama Sodoma e Egito, que reina sobre os reis da terra, onde NOSSO Senhor foi crucificado, descrita em Apocalipse 11, não tipifica Jerusalém, mas sim Roma.
A prostituta é vista assentada sobre sete montes. Várias foram as cidades, ao longo da história, conhecidas como cidades de sete montanhas ou colinas. Os muitos por aí que afirmam ser Jerusalém a grande meretriz, como também a cidade sobre sete montes, estão delirando. A interpretação óbvia no contexto do Apocalipse é à cidade de Roma, bem conhecida na época de João como a cidade de sete colinas. Esta interpretação se ajusta aos outros aspectos da descrição desta cidade que dominava “sobre os reis da terra” (17:18).
A Mãe Política e Eclesiástica
Nesta grande cidade, três mil milhas em uma direção, e dois mil em outra, os Cristãos passaram a ser crucificados, ou condenados à morte pela violência e poder do quarto animal “… que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro e as suas unhas de bronze; que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava”, Dan 7:19. No inicio foi com Jesus na Palestina e as testemunhas de Jesus como plateia, e depois tomou sua amplitude ocidental, sendo que todos estavam subjugados à competência especial dos governantes desta grande cidade.
No capítulo 17, esta grande cidade é comparada a uma prostituta embriagada, maravilhosamente vestida, e sentada em cima de uma besta escarlate, o símbolo do poder sobre a qual ela reina (versículo 18). O nome dela é estampada no quinto verso como “Mistério, Babilônia, a Grande, a mãe das Meretrizes e abominações da Terra.” Ela é “Mistério” porque ela é a personificação do “mistério da iniquidade”, aquele que Paulo diz que já estava em operação no momento da sua escrita (2 Tess 2:7).
Scaliger testifica que “mistério” já foi usado como uma inscrição na tiara do Papa, mas depois removido por Julius III. O termo “Mãe”, como aplicada à Grande Cidade, em suas relações eclesiásticas, é reconhecido por todos – “Romana Ecclesia”, diz o Concílio de Trento, “quae, omnium Ecclesiarum Mater et Magistra est” – A Igreja Romana, que é mãe e senhora de todas as igrejas.
A própria postura e organização desta Mãe determina que não haverá falta de provas para identifica-la como política e eclesiástica, a cabeça deificada, com a grande cidade, a Babilônia apocalíptica. Na ocasião do Jubileu  uma medalha foi cunhada,  do tamanho de um quarto de dólar; em uma face está a efígie de Leão XII, e no anverso, uma mulher, simbolizando a Igreja Romana, sentada sobre um globo, com raios de glória na cabeça, uma cruz na mão esquerda, e um copo, assinalado com uma cruz em sua boca, na mão direita, estendido, como se apresentá-lo para ser bebido. Abaixo dela está a data, e em torno de seu rosto a legenda “Sedet super-Universam. Anno Iubi. MDCCCXXV”. – Ela se senta sobre o mundo. No ano do jubileu, 1825. Sim, ela se assenta sobre o mundo, ou “sobre muitas águas”, a prostituta se apresenta como as notórias prostitutas dos tempos pagãos, que levam seu nome  na sua testa.
Assim diz Seneca, Nomen tuum pepenit na fronte: Pretia stupri accepisti – “O teu nome tem pendurado sobre a tua testa: tu recebeste a recompensa da tua desonra.” 

Mas a grande cidade não é apenas espiritualmente ao estilo Babilônia por causa da confusão do discurso espiritual que obtém entre todos os “nomes e denominações” de que é constituído eclesiasticamente, mas porque é o desenvolvimento moderno do mesmo poder que existia nos dias da Babilônia Caldéia sob a dinastia de Nabucodonosor, e porque um destino semelhante a aguarda. Podemos dizer que é o mesmo poder, apenas modificado pelo tempo e circunstâncias.
Nabucodonosor, que era, por assim dizer, o segundo fundador de Babilônia, a construiu para dominar povos e nações. Em Daniel 4:30 ele atesta,
“… Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?”
E, para alertar aos que vivem em Babilônia, aqui vai um recado: Nabucodonosor ficou muito interessado em saber qual seria o destino do reino sobre o qual ele governava, e Daniel lhe mostra,
Dn 2:30 E a mim me foi revelado esse mistério, não porque haja em mim mais sabedoria que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração.
Uma representação simbólica foi apresentada diante dele em um sonho ilustrativo da consumação do reino da Babilônia “nos últimos dias.” Assim, o reino de Babilônia tem tido uma existência contínua de seu reinado até agora, pois estamos vivendo “nos últimos dias” dos quais falam Daniel. É verdade, que “a Casa do reino” não tem sido sempre Babilônia, que foi o início do domínio de Ninrode (Gên. 10:10), que tem sido, por vezes, um lugar, às vezes outro, até que finalmente Roma tornou-se “A Grande Cidade”. Várias dinastias tornaram-se  herdeiros do reino de Babilônia. Depois de Nabucodonosor, houve a dinastia de prata e de bronze e a dinastia de ferro, como também a de barro – quatro ou cinco dinastias oriundas do mesmo reino, também chamado, “reino dos homens” (Dan 4:17). Este reino babilônico em sua manifestação dos últimos dias, ao estilo do Espírito apocalíptico, que é a grande cidade, Babilônia, a arena que vai ficar ereta e completa em todas as suas partes a imagem inteira dessa Grande Metrópole, e que, nestes últimos dias, será derribada pela pedra que foi arremessada sobre ela,
Dan 2:45 – Da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.
Assim, o Espírito Santo seleciona três dos centros mais infames da iniquidade entre os antigos para alegorizar a Grande Cidade, na arena de que tem sido desenvolvido e amadurecido a grande apostasia. É “espiritualmente”, ou figurativamente, chamado por estes nomes, Sodoma, Egito e Babilônia, por causa de sua semelhança impressionante com eles em suas feitiçarias, idolatrias, superstição, blasfêmia, opressão e perseguição ao povo de Deus. Daí, em Sodoma, no Egito, e na grande cidade, Babilônia, onde “nosso Senhor foi crucificado”; não em sua própria pessoa só, mas em  suas testemunhas, pois o que é feito ao menor de seus irmãos, é feito também a ele (Mt 25:40).

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